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Câncer de Ovário: Sintomas, Causas, Diagnóstico e Tratamentos (2025 e 2026)

câncer de ovário

O câncer de ovário continua sendo um dos tumores ginecológicos mais desafiadores da medicina moderna, representando uma ameaça significativa à saúde feminina no Brasil. Com avanços revolucionários em 2024 e 2025, incluindo novas terapias de imunoterapia e medicina personalizada, o panorama do tratamento está em constante evolução. Este guia completo apresenta as informações mais atualizadas sobre prevenção, diagnóstico e tratamento desta doença complexa.

O que é Câncer de Ovário?

O câncer de ovário desenvolve-se quando células normais dos ovários sofrem mutações genéticas e começam a crescer de forma descontrolada. Os ovários são dois pequenos órgãos, aproximadamente do tamanho de amêndoas, localizados de cada lado do útero, responsáveis pela produção de óvulos e hormônios femininos essenciais como estrogênio e progesterona.

Tipos Principais de Câncer de Ovário

1. Tumores Epiteliais (90% dos casos)

  • Originam-se das células que revestem a superfície externa do ovário
  • Mais comum em mulheres pós-menopáusicas
  • Incluem subtipos como seroso de alto grau, endometrioide e de células claras

2. Tumores de Células Germinativas (5% dos casos)

  • Desenvolvem-se das células produtoras de óvulos
  • Mais frequentes em mulheres jovens
  • Geralmente têm melhor prognóstico quando detectados precocemente

3. Tumores do Estroma (5% dos casos)

  • Formam-se nas células produtoras de hormônios
  • Podem produzir hormônios em excesso
  • Crescimento tipicamente mais lento

Estatísticas Atuais no Brasil (2024-2025)

Segundo dados mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA):

  • 7.310 novos casos estimados anualmente para o triênio 2023-2025
  • 3.920 óbitos registrados em 2020, representando 3,62 mortes por 100 mil mulheres
  • 8ª posição entre os cânceres mais incidentes em mulheres brasileiras
  • 75% dos casos diagnosticados em estágios avançados (III e IV)
  • Taxa de sobrevida global de 5 anos: 45% (todos os estágios)

Sintomas de Câncer de Ovário: Reconhecendo os Sinais

câncer de ovário
câncer de ovário

O câncer de ovário é frequentemente chamado de “assassino silencioso” porque os sintomas iniciais são sutis e podem ser confundidos com problemas digestivos comuns. No entanto, estar atenta aos sinais pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

Sintomas Precoces Mais Comuns

1. Distensão Abdominal Persistente

  • Sensação de “barriga inchada” que não alivia
  • Aumento progressivo do volume abdominal
  • Diferente do inchaço menstrual comum

2. Dor Pélvica ou Abdominal

  • Dor constante na região pélvica ou abdominal baixa
  • Desconforto que piora progressivamente
  • Pode irradiar para as costas

3. Alterações no Apetite

  • Perda de apetite ou saciedade precoce
  • Sensação de estar “cheia” após comer pouco
  • Náuseas persistentes

4. Sintomas Urinários

  • Necessidade frequente de urinar
  • Urgência urinária
  • Sensação de não esvaziar completamente a bexiga

Sintomas Avançados

  • Sangramento vaginal anormal
  • Perda de peso inexplicável
  • Fadiga extrema
  • Constipação ou diarreia persistente
  • Dificuldade respiratória (devido ao acúmulo de líquido)

Outros sintomas:

Fatores de Risco

Fatores Não Modificáveis

Idade: O risco aumenta significativamente após os 50 anos, com pico entre 60-70 anos.

Histórico Familiar: Mulheres com familiares de primeiro grau (mãe, irmã, filha) que tiveram câncer de ovário, mama ou colorretal têm risco 3-5 vezes maior.

Mutações Genéticas:

  • BRCA1: Aumenta o risco em 35-70%
  • BRCA2: Aumenta o risco em 15-30%
  • Síndrome de Lynch: Eleva o risco para múltiplos cânceres

Fatores Modificáveis

Obesidade: Mulheres com IMC ≥30 têm risco 50% maior de desenvolver a doença.

Terapia Hormonal: Uso prolongado de reposição hormonal pós-menopausa por mais de 5 anos.

Fatores Reprodutivos: Nunca ter engravidado, menarca precoce ou menopausa tardia.

Fatores Protetivos

  • Gravidez e amamentação: Cada gravidez reduz o risco em 10-20%
  • Contracepção oral: Uso por 5+ anos reduz o risco em até 50%
  • Cirurgia preventiva: Para mulheres de alto risco genético

Diagnóstico: Avanços em 2024-2025

O diagnóstico do câncer de ovário tem evoluído significativamente com novas tecnologias e biomarcadores.

Exames Tradicionais

1. Ultrassom Transvaginal

  • Primeira linha na investigação
  • Avalia tamanho, estrutura e vascularização dos ovários
  • Sensibilidade: 85-90% para massas ovarianas

2. Marcador Tumoral CA-125

  • Elevado em 80% dos câncers epiteliais avançados
  • Valor normal: <35 U/mL
  • Limitações: pode estar normal em estágios iniciais

3. Tomografia Computadorizada (TC) ou Ressonância Magnética

  • Avalia extensão da doença
  • Identifica metástases
  • Auxilia no planejamento cirúrgico

Inovações Diagnósticas 2024-2025

1. Testes de DNA Circulante (ctDNA) Segundo pesquisas recentes apresentadas no AACR 2024, novos exames baseados em machine learning que combinam:

  • Padrões de fragmentos de DNA livre de células (cfDNA)
  • Níveis de proteínas específicas
  • Precisão superior a 90% na detecção precoce

2. Biomarcadores Metabólicos

  • Identificação de 7 metabólitos específicos
  • Inclui aminoácidos tirosina e fenilalanina
  • Potencial para detecção em estágio I

3. Inteligência Artificial

  • Plataforma OncoSeek para detecção de múltiplos cânceres
  • Análise integrada de biomarcadores
  • Redução significativa de falsos positivos

Estadiamento e Prognóstico

Sistema FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia)

Estágio I: Limitado aos ovários

  • Sobrevida de 5 anos: 85-95%
  • Melhor prognóstico quando detectado precocemente

Estágio II: Extensão pélvica

  • Sobrevida de 5 anos: 70-80%
  • Ainda curável com tratamento adequado

Estágio III: Disseminação abdominal

  • Sobrevida de 5 anos: 30-50%
  • Requer tratamento multidisciplinar agressivo

Estágio IV: Metástases distantes

  • Sobrevida de 5 anos: 15-25%
  • Foco em controle da doença e qualidade de vida

Tratamento: Revoluções em 2024-2025

O tratamento do câncer de ovário tem evoluído dramaticamente com novas terapias e abordagens personalizadas.

Cirurgia

Citorredução Primária

  • Remoção máxima possível do tumor
  • Inclui histerectomia total, salpingo-ooforectomia bilateral
  • Objetivo: residual tumoral zero (R0)

Cirurgia de Intervalo

  • Após quimioterapia neoadjuvante
  • Para casos inicialmente inoperáveis
  • Melhora significativa nas taxas de ressecção completa

Quimioterapia Sistêmica

Esquema Padrão de Primeira Linha

  • Carboplatina + Paclitaxel: 6 ciclos a cada 3 semanas
  • Taxa de resposta: 70-80%
  • Perfil de toxicidade bem estabelecido

Quimioterapia Neoadjuvante

  • Para tumores inicialmente irressecáveis
  • Reduz carga tumoral antes da cirurgia
  • Melhora resultados cirúrgicos

Terapias Alvo: Inibidores de PARP

Os inibidores de PARP (Poli ADP-ribose polimerase) representaram uma revolução no tratamento, especialmente para mulheres com mutações BRCA.

1. Olaparib (Lynparza)

  • Aprovação recente no SUS (2024) para manutenção em primeira linha
  • Indicado para pacientes com mutação BRCA1/2
  • Redução de 70% no risco de progressão

2. Niraparib (Zejula)

  • Em avaliação pela CONITEC para incorporação no SUS
  • Eficaz independentemente do status BRCA
  • Benefício significativo em sobrevida livre de progressão

3. Rucaparib (Rubraca)

  • Aprovado para tratamento de manutenção
  • Específico para tumores com deficiência de recombinação homóloga (HRD)

Imunoterapia: Novidades 2025

Dostarlimabe: Segundo a Forbes Saúde, este imunoterápico está sendo adicionado ao arsenal terapêutico:

  • Estimula o sistema imunológico contra células cancerosas
  • Resultados promissores em estudos de fase III
  • Potencial para aprovação em 2025

Bevacizumab (Avastin)

  • Já incorporado no SUS desde 2019
  • Terapia antiangiogênica
  • Bloqueia formação de novos vasos tumorais

Medicina Personalizada

Testes Genômicos

  • Sequenciamento completo do tumor
  • Identificação de mutações acionáveis
  • Seleção de terapias direcionadas

Biomarcadores Preditivos

  • HRD (Deficiência de Recombinação Homóloga)
  • MSI (Instabilidade de Microssatélites)
  • PD-L1 para imunoterapia

Novidades em Pesquisa 2024-2025

Combinações Inovadoras

1. PARP + Imunoterapia

  • Combinação sinérgica promissora
  • Potencializa resposta imune
  • Estudos de fase III em andamento

2. ADCs (Anticorpos Conjugados)

3. CAR-T Cell Therapy

  • Células T modificadas geneticamente
  • Estudos preliminares prometidos
  • Ainda em fase experimental

Inteligência Artificial no Tratamento

  • Algoritmos para predição de resposta terapêutica
  • Seleção personalizada de tratamentos
  • Monitoramento em tempo real da evolução

Prevenção

Prevenção Primária

Estilo de Vida

  • Manutenção de peso saudável (IMC 18,5-24,9)
  • Exercícios físicos regulares (150 min/semana)
  • Alimentação rica em antioxidantes
  • Evitar tabagismo

Decisões Reprodutivas

  • Considerar gravidez e amamentação
  • Discussão sobre contracepção oral com ginecologista
  • Planejamento familiar consciente

Prevenção Secundária

Para Mulheres de Alto Risco

  • Aconselhamento genético
  • Teste para mutações BRCA1/2 e síndrome de Lynch
  • Salpingo-ooforectomia profilática após 35-40 anos
  • Vigilância intensificada com CA-125 e ultrassom

Qualidade de Vida e Cuidados de Suporte

Durante o Tratamento

Manejo de Efeitos Colaterais

  • Náuseas e vômitos: medicações antieméticas eficazes
  • Neuropatia: fisioterapia e medicamentos específicos
  • Fadiga: exercícios adaptados e suporte nutricional

Suporte Psicossocial

  • Acompanhamento psicológico especializado
  • Grupos de apoio com outras pacientes
  • Suporte familiar e cuidadores

Após o Tratamento

Seguimento Oncológico

  • Consultas regulares com oncologista
  • Exames periódicos (CA-125, TC)
  • Monitoramento de recidiva

Cuidados de Longo Prazo

  • Avaliação de função ovariana residual
  • Reposição hormonal quando indicada
  • Rastreamento de segundos tumores primários

Direitos das Pacientes no SUS

Legislação Vigente

Lei 12.732/2012 (Lei dos 60 Dias)

  • Início do tratamento em até 60 dias após diagnóstico
  • Direito constitucional à saúde
  • Gratuidade completa do tratamento

Medicamentos de Alto Custo

  • Acesso aos inibidores de PARP aprovados
  • Quimioterapia especializada
  • Medicações de suporte necessárias

Incorporações Recentes no SUS

Segundo dados do Governo Federal:

  • 67 novas tecnologias incorporadas entre 2023-2024
  • 16 especificamente para tratamento oncológico
  • Olaparib aprovado para câncer de ovário em 2024

Perspectivas Futuras

Avanços Esperados para 2025-2030

1. Detecção Precoce

  • Exames de sangue multiparamétricos
  • Inteligência artificial para análise de imagens
  • Biomarcadores líquidos mais específicos

2. Tratamentos Inovadores

  • Vacinas terapêuticas personalizadas
  • Terapia genética direcionada
  • Nanotecnologia para entrega de medicamentos

3. Medicina de Precisão

  • Perfil genômico completo de rotina
  • Tratamentos baseados em características moleculares individuais
  • Monitoramento em tempo real da resposta terapêutica

Recomendações Práticas

Para Mulheres em Geral

  1. Consultas ginecológicas anuais com profissional qualificado
  2. Atenção aos sintomas persistentes por mais de 2 semanas
  3. Conhecimento do histórico familiar de cânceres
  4. Manutenção de estilo de vida saudável
  5. Discussão sobre fatores de risco com médico

Para Mulheres de Alto Risco

  1. Aconselhamento genético especializado
  2. Vigilância intensificada com exames semestrais
  3. Consideração de cirurgia preventiva após completar família
  4. Participação em programas de rastreamento quando disponíveis

Conclusão

O câncer de ovário em 2025 apresenta um cenário de esperança renovada com avanços significativos em diagnóstico precoce, tratamentos personalizados e terapias inovadoras. A incorporação de inibidores de PARP no SUS, o desenvolvimento de imunoterapias eficazes e o uso crescente de inteligência artificial estão transformando o prognóstico desta doença.

A detecção precoce continua sendo o fator mais crucial para o sucesso do tratamento, com taxas de cura superiores a 90% quando diagnosticado em estágio inicial. A conscientização sobre sintomas, fatores de risco e a importância do acompanhamento médico regular são fundamentais para reduzir a mortalidade.

O futuro promete ainda mais avanços com medicina personalizada, terapias genéticas e métodos de detecção ainda mais precisos. Para as mulheres brasileiras, o acesso universal ao tratamento através do SUS, combinado com as constantes incorporações de novas tecnologias, oferece perspectivas cada vez mais otimistas no enfrentamento desta desafiadora doença.

A luta contra o câncer de ovário é coletiva, envolvendo pacientes, familiares, profissionais de saúde e pesquisadores. Cada avanço científico nos aproxima do objetivo final: transformar este diagnóstico em uma condição totalmente curável para todas as mulheres.

Fontes consultadas:

  • Instituto Nacional de Câncer (INCA) – Estimativas 2023-2025
  • Forbes Saúde – Inovações em Imunoterapia 2025
  • Folha de S.Paulo – Terapias Experimentais 2025
  • Governo Federal – Incorporações SUS 2024
  • Onconews – Biomarcadores 2024
  • American Association for Cancer Research (AACR) 2024

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